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Mostrando postagens de junho, 2011

Não

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E esse sentimento de vazio dentro de mim, que estranhamente dessa vez não dói, é como se realmente eu não me reconhecesse, como se fora todo o tempo um passageiro que depois de muito anos retorna a sua casa e sorri sem graça para quem há muito tempo não se via, não se recorda. Como se fosse uma amnésia descomplicada que vai passar, hoje eu posso não me preocupar em não ser real, sem culpas.

O Menino

Era uma vez uma cidade inteira de meninos, mas foi numa noite de janeiro que nasceu um menino com as pernas maiores que o corpo inteiro, por isso ele olhava tudo de cima, e tropeçava, como tropeçava... Ele tinha braços longos também, e com eles abraçavam o mundo inteiro, sorria pra tudo e tinha beijos igual aos das virgens curiosas, dessas que espreitam nas janelas. Seus cabelos tinham cheiro de cupuaçu e o pescoço cheirava a folha de laranjeira, e às vezes até mesmo a melância. O menino, de fato, já havia nascido velho, no seu primeiro aniversário talvez já tivesse uns 100 anos, ou menos, mas isso não o tornava uma pessoa pesada, mas leve, parecia não ter fundo pra felicidade, ele parecia não ter problemas, mas talvez só parecesse ser assim, e não fora nada disso. Ele não era tão bonito, e nem diziam que era tão feio, mas enganava com o seu rosto pintado à mão. Um belo dia o menino amou tanto, sentiu tanto, que acabou morrendo feliz, e infeliz os outros meninos ficaram, esperando um o
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Um país de mim mesmo, onde eu seria o presidente, o estado, toda a nação. As minhas regras, o meu poder, tudo meu. Meu coração seria meu distrito, e minha alma o litoral. Minha cabeça a guarda federal, protegida por anjos e por Vênus. Em minha pele e em meus olhos você veria a população multiculturada e colorida. A minha boca ecoaria hinos de todos os municípios, e no fim a minha própria música. Eu teria meu próprio equador e seria de câncer e de capricórnio. Um lugar dentro de mim só para mim.
Não se vá, porque se for muito longe não vou atrás. Ao avesso só de perto, no contrário eu te acho.

Fascínio de número 2

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Sua voz tem sabor de alguma coisa que nunca provei, uma fruta perdida no paraíso, provavelmente esquecida, algo que cure doenças e liberta os sentidos. Até mesmo seu reflexo em outra íris não me constrange, me faz lhe querer mais, e assim mais me escondo. Todo o seu jeito, e seu entusiasmo, de menino, de homem, coisas suas, que tanto desejo, e que tanto zelo faz de você meu vício mais simples e mais delicioso.