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Crisálida

Em 2014 eu tive um sobressalto. Do nada eu era apenas eu mesmo. Tudo o que me restara a minha vida toda, vinha a tona, o casulo estava amassado no chão, junto com a velha máscara de seda. Do nada eu havia percebido os meus desejos, sentia meu corpo, o chão e o céu. Reconheci a minha distância, e me vi perguntando a mim mesmo aonde eu estava. Não me lembro. Eu senti meu cheiro de infância, com uma mistura de marfim, barro e bellis e me contemplei com as lembranças. Eu pude ver a louça chinesa e a cor dos olhos da minha avó. Vi ele na biblioteca, sorri, e no final do corredor à direita de todos os meu defeitos, vi vida nova. Percebi que janeiro, havia em mim, finalmente chegado.